O Seixal é uma ilusão

 

O Seixal não passa de uma ilusão e de formar ovos de ouro poupando algumas viagens à América do Sul.

Paulo Bernardo e Jota são apenas mais algumas negociatas feitas a cobro do 'o jogador precisava de rodar', ou do mais conhecido 'não lhe podíamos cortar as pernas'.

Vieira fazia-lo por 'patobravice', Rui fá-lo porque sempre foi a sua forma de pensar, desde os tempos do Barcelona, até aos do retorno, em fim de carreira e porque Káká lhe tirou qualquer hipótese de rodar a titularidade.

O dano feito por treinadores 'de autor' que além dos maus resultados, combinam dispensas de jogadores que para eles não contam ou não sabem tirar partido, nunca é contabilizado.

É assim, mesmo antes de JJ ter dispensado um falso lateral direito por 15 milhões.

Não há plano desportivo no BENFICA. O que há é uma subordinação total ao mercado e ao interesse que possa ser convertido em entrada de liquidez.

O SLB não pode passar anos a formar um jogador e dar-lhe uma ou duas temporadas para que se afirma na equipa principal.

São mais os casos de jogadores que se tornam melhores que as contratações que vamos fazer lá fora, que aqueles que vindo da equipa B, pegam de estaca.

E logo agora que acabaram as contratações de 120 milhões de euros, e que é possível, a partir do caso Diarra, qualquer clube assediar jogadores em qualquer altura do ano e sem dar cavaco ao clube detentor do passe.

O Seixal é um truque de prestidigitação  que Vieira colocou na boca amargurada dos Benfiquistas, como se fosse panaceia para todos os males.

Não passa de uma forma de sujeitar o Clube à Europa capitalista da lavagem de dinheiro através do futebol, em vez de tornar o SLB cada vez mais, campeão além das vendas.

(todos os anos os media, encomendados ou não, vendem meia equipa e prometem interesse dos enormes colossos do velho continente, e sempre com a ideia subjacente de que...é inevitável vender...tanto...)

Por muito que custe, não podemos alienar jogadores como temos feito. Sejam bons ou medianos.

Se medianos, quando transitam para outras equipas desta liga periférica, fazem os jogos da sua vida contra o SLB. Se bons, mas demoram a singrar, é talento que se esvai.

Temos de ter o melhor plantel, a nível técnico e mental, e sem demasiada juventude como é o caso este ano. A juventude nunca é para formar equipas para o futuro mas para maximizar as vendas face à tenra idade dos atletas. Essa é outra ilusão. O Ajax foi o único clube a formar equipas campeãs com baixa faixa etária, e mesmo assim tinha sempre jogadores nucleares experientes, e tal resultou até aos outros começarem a apostar também na formação.

O jogador jovem que promete, é em surdina emprestado, para sair da consciência dos adeptos, e depois é vendido à socapa, porque ninguém se lembrará. E depois os próprios adeptos justificarão com o 'não se adaptou' ou não amadureceu.

Curioso como amadurecem sempre noutras paragens.

Até quando vamos dar carta branca a treinadores que determinam com quem querem jogar, ou a quem diz que 'não podemos ter todos no plantel'?

Então mas a formação do SLB selecciona talento, do qual só uma infíma parte do qual, alguma vez terá hipótese de realmente vingar na equipa principal?

Deveríamos ter uma escola de treinadores, que conjugasse constantemente, ex glórias e aspirantes a treinadores de 1a Liga. Ainda não percebi as contratações de técnicos para as camadas jovens. O caso de Paulo Lopes, faz perguntar se foi por gratidão ou outro motivo.

Só em casos excepcionais, deveriam ser contratados treinadores fora desta 'escola'.

O SLB devia, enquanto pode, comprar um clube secundário numa liga mais competitiva que a nossa.

Nele colocando os jogadores que precisam de mais tempo para maturar. O que não falta são clubes na Europa, e mesmo noutras paragens, à venda. Tudo menos encher os plantéis de equipas hostis, cá no burgo.

Mas a sangria tem de ser estancada, e o horizonte temporal da formação estendido.

O centro de alto rendimento, a ampliação do Seixal, foram adiados, investiu-se mal na equipa.

Não houve retorno desportivo.

Os ovos de ouro vão render cada vez menos, porque os menos atentos não estão atentos ao que se está a passar no mundo.

Seria a altura indicada para comprar um pequeno clube na Ásia. O problema é que ainda, tirando talvez o Japão, não são competitivos o suficiente.

O modelo de merceeiro de gestão do SLB falhou.

Reduzimos o estádio, a sua grandiosidade, facturámos perto de 2000 milhões de euros em transferências, que se traduziram em duas finais da Liga UEFA.

Há que lamber as feridas e construir algo de novo.

Rui não faz parte desse processo infelizmente.

E o tempo não abunda.