Bananetelogia - ensaio 1
Os sócios votaram, está votado, há que respeitar.
Por esta ordem de ideias, nenhuma revolução ou alteração civilizacional teria sido feita no passado, pois se até em Lisboa em 1761 havia acérrimos defensores do auto-de-fé.
A abolição destas bizarrias não foi feita em modo democrático, mas a bem da verdade, haver sócios com 50 votos apenas por motivos de antiguidade, não é lá muito democrático.
Deve haver outro tipo de reconhecimento que possa ser aplicado aos indefectíveis que mantêm o Clube, mas não deve passar por dar mais voz a uns que a outros, na pseudo renovação do Clube.
Porque senão será legítimo igualmente, que para a 'república', os velhos tenham mais votos apenas por terem dado mais voltas ao Sol, o que é uma beca injusto, dizemos nós.
Não é possível respeitar o voto dos sócios, tal como não é possível respeitar o voto de um tipo ou tipa, que vota pela cara do candidato, enquanto outro votante se dá ao trabalho de ler programas de governo, jornais diários, e contínua busca de informação. Nas urnas, o voto de um equivale ao voto de outro.
Isto é um contra senso em 'democracia', pois foi precisamente por esse motivo que a malta francesa em 1789 esboçou a educação pública, geral.
Mercê de ser a maior potência desportiva mundial, o SLB tem igualmente, indubitavelmente do ponto de vista estatístico, a maior massa de 'desinformados'.
De malta que vota pela cara do candidato, pese embora, se depois perguntamos o motivo do voto no candidato da Chiquita, justificarem a posteriori a sua decisão, num acto de desonestidade intelectual de que não estão conscientes.
Por exemplo, certo indefectível Benfiquista que conheço, diz que detesta o Manteigas, porque diz que o ouviu dizer na TV que os 'velhos', leia-se os de 50 votos, é que davam cabo da coisa, com a sua postura conservadora e seguidista. Não vi Manteigas dizer isso em qualquer lado, mas não debato isso.
Perguntei se Rui tinha sido correcto com Noronha no último debate, e a pessoa em questão, foi incapaz de censurar Rui, embora tenhamos que admitir que ambos estiveram pessimamente.
O que só me provou uma coisa, a malta é de fezadas.
E teimosos. Isto unido a 50 votos, favorece SEMPRE quem já lá está.
Os sócios tiveram oportunidade de inverter o rumo da coisa. Optaram por não o fazer, e diga-se de passagem, com alguma razão, pois a campanha foi um vazio de ideias, e uma vergonha no que concerne ao frete que Martim, Cristóvão e Vieira, fizeram para atacar mais Manteigas e Noronha, que o próprio Rui Lágrima Costa.
Mas o pipl não quer saber.
O Rui agora é que vai estar no ponto como presidente, o Mourinho vai ter mais uma época porque a equipa não foi ele que fez, tal como Lage teve e levou com a bota no traseiro ao fim de meia dúzia de jornadas, etc.
Ficamos a saber por Tiago Pinto que não havia falta de profissionalismo no balneário quando ele lá esteve, independentemente dos péssimos jogos e flops que contratou, ficamos a saber pelo Vitinha que ele e muitos outros passam ao lado do SLB por motivos pouco claros, pese embora Noronha tenha defendido uma expansão a Norte do aparelho formativo do SLB, mas para quê?
Mourinho não aposta na formação, apenas gere tempo e expectativas dos Benfiquistas, que o defendem até verem que o rei vai nu, como viram em Lage, Schmidt, etc.
Não há rumo, não há liderança, não há programa além do Benfica District, feito à pressa em Autocad, não existe mole suficiente de Benfiquistas esclarecidos que invertam a burrice, peço desculpa se ofendo alguém, do adepto médio.
A nossa formação é boa, mas os miúdos são vendidos ao desbarato, a passagem a séniores é medonha, torramos milhões em Ivanovics, Juraseks, Meitiés, Dahl's, etc, etc, quando temos lá miúdos que não fariam pior. Os miúdos são convencidos de que lhes falta muito a aprender na passagem ao plantel principal, e acabam por interiorizar isso. Quando falham, é porque não estão preparados, mas Otamendi, Enzo e Rios juntos, já levam mais erros que todos os cometidos por todos os jogadores da formação nos últimos 5 anos.
Não temos ninguém que perceba de bola, que é para o futebol o mesmo que RealPolitik é para Ciência Política.
Ninguém.
O Rui supostamente percebe muito da poda, só que não, viveu em Itália no melhor período do futebol italiano, onde acha que é com craques que se ganham campeonatos. Para ele é natural esbanjar 130 milhões de euros numa época e ir em Janeiro torrar mais dinheiro, porque via isso na Florentina e no Milan.
Há toda uma mitologia à volta de Rui que influencia o apoio que vai tendo, apesar da clareza com que demonstrou não ter as mínimas qualidades e competências para representar e gerir o Clube, fora dos fatos de marca e da postura corporal de atleta de elite.
É assim que a malta vota, pela 'cara'.
Eu não respeito o voto das bananetes. Respeito o seu direito ao voto, mas não a escolha e os argumentos por detrás da mesma.
Estão a acabar com o que resta do SLB.
O SLB leva de todos os lados. Dão-se ao luxo de meter o gajo que não viu a agressão da final da Taça, no VAR. Isto é puro gozo.
A CM(erda)TV dá-se ao luxo de fazer programas diários a marrar e a inventar tretas sobre o SLB.
O Varandas dá gozo sempre que abre a boca, e o Pedro Pinto, o melhor que se lembra é de aconselhar Rui Costa a fazer a figura ridícula que fez, mas congruente, após o jogo com o SCBraga.
O BENFICA é demasiado grande para ser gerido e representado por anões.
Mourinho, a precisar de ganhar, meteu o SLB a jogar como se estivesse a defrontar a selecção da Alemanha dos tempos áureos. Só não povoou mais o meio-campo porque não tinha mais médios a não ser os da formação. A substituir, tirou o melhor jogador do jogo, Sudakov, que começou a levar pancada desde o primeiro minuto, por parte dos jogadores do Braga, que fizeram lembrar o Boavista de Jaime Pacheco. Na conferência pós jogo, nem um jornalista perguntou o motivo de tal substituição, o que fez lembrar Jorge Jesus e os almoços que pagava à imprensa desportiva.
Aqui no blogue, temos dito que os planeamentos de plantel têm sido medonhos, pois agora todos já assumem que o plantel tem lacunas.
Continuamos com lacunas físicas, de qualidade técnica e de planeamento táctico.
E uma enorme falta de estratégia e identidade.
Os reforços que vierem, em meia dúzia de meses, perderão a chama, a garra, que demonstraram nos clubes de origem. O SLB tornou-se um cemitério de treinadores, jogadores, e ambição.
E como cemitério, tem adeptos mortos-vivos.


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