O Glorioso Sport Lisboa e Benfica, e o abismo
O nosso SLB ainda não morreu.
É certo que se arrasta, de assembleia em assembleia, com a ilusão por parte dos sócios, de que mandam alguma coisa no Clube.
A criação das SAD's apenas veio criar um corpo estranho nas instituições associativistas, e o que era impensável há 30 anos atrás, a saber, que um clube qualquer representativo de uma área geográfica, pudesse não ser pertença dos que habitassem essa mesma área, ou se identificassem com ela, mas de um fundo financeiro distante a quem só interessa o deve e haver.
O SLB era e é, não só um Clube de Portugal como do mundo, lusófono e não lusófono.
Essa sombra do passado é o que tem mantido difícil de obliterar, a natureza associativa da instituição.
Já há vozes a pedir a entrada de investidores 'externos'. O senhor Vieira, tentou uma jogada de inside trading, que num país a sério é motivo para prisão. Tentou fazer uns trocos por ter acesso a informação privilegiada.
Mas a mesma CMVM que fez vista larga ao maior caso de espionagem industrial do nosso país, por via de um badameco que trabalha(!) agora para a Judiciária, deu uma palmadinha no pulso do senhor Vieira, e apenas suspendeu a possibilidade de as acções serem negociadas durante algum tempo.
A esmagadora parte dos defensores da entrada de investidores, são-no em via do desespero...é que ninguém percebe como o SLB esbanja tanto e toma tantas decisões erradas. O dinheiro esfuma-se como mostra a venda à pressa de João Neves.
As pessoas estão desesperadas pela má gestão, cujo grau de intensidade deixa suspeitar ir além de incompetência, para ser algo de propositado.
O SLB foi avaliado, a SAD, em 330 milhões de euros.
Uma SAD que nos últimos 20 anos, gerou algo perto dos 2000 milhões de euros.
O Benfica está completamente de joelhos, não tem projecto desportivo definido e ambicioso, está refém de patrocinadores, que como a Adidas, desvirtuam os símbolos do Clube para vender mais umas merdas de camisolas, sem carácter, pior, CAGANDO no carácter do que é a alma do Sport Lisboa e Benfica.
Curioso como Rui Vieira Costa manda para o ar a ideia de revisão estatutária, quando consistentemente, ano após ano, os símbolos do Clube não são respeitados.
A visão de merceeiro do SLB solidifica-se, com o Benfiquismo dividido entre as discussões da inevitabilidade de vendas, e de mais uns trocos em virtude de vender camisolas com o símbolo do Clube a verde fluorescente.
Apequenam o SLB, ajabardam o SLB, em muita verdade, porque mesmo tendo jogado no SLB, nunca o entenderam além dos pequenos olhos com que o viram.
O 3o anel foi feito com sacos de cimento de gente pobre que trouxe os ditos às costas.
Conheci homens e mulheres que durante uma vida inteira vertiam umas lágrimas pela morte de familiares directos, mas que choravam copiosamente quando o SLB perdia uma final europeia.
Conheci gente que tinha no SLB, na ideia que ele sustenta, a única dignificação de vida, comunitária e trans individual, numa sociedade hostil, cujo lar acolhedor era o Benfiquismo. Gente para quem o Benfiquismo era a luz dos seus olhos.
Alguns que sobram, olham para o SLB, com angústia, actualmente. Um ou outro, na roulote ou no tasco do bairro, parece pedir que a morte o leve antes da diluição do que resta do maior clube do mundo.
Preferem não existir o mais rápido possível, do que existir num mundo onde o SLB é tornado no oposto daquilo que sempre foi, na voragem neo liberal, e também ela defunta que se recusa ainda a desaparecer, que dilui os clubes deste futebol europeu, numa Europa também ela a desaparecer e sem alma.
No período em que devíamos ter uns corpos sociais competentes, e a pensar a médio longo prazo, temos um punhado de gente refém de um projecto desportivo omisso, dependente de um treinador para o qual não há dinheiro para pagar, num braço de ferro entre este e a direcção, em torno do dinheiro e da vontade de sair ou não trabalhar mais, ao serviço dos superiores interesses do SLB.
Temos os sócios reduzidos a meros fantoches pagantes, e a única liberdade de intervir na vida do Clube, é manifestando por desagrado, a discordância com a sucessão de erros e imbecilidades, de gente que fora do SLB nem para gerir um restaurante, serviria.
O BENFICA não está morto. O BENFICA é nosso.
Somos nós que temos na mão, a chave para recolocar o Clube nos eixos. Unidos, com inteligência, com projecto, com opiniões divergentes.
Acima de tudo, como associação de sócios e adeptos. Eu não me importo de levar sacos de cimento às costas. E tu também não.
Unidos, com um BENFICA dos sócios e adeptos, para os sócios e adeptos e pelos sócios e adeptos.
O modelo empresarial falhou. Conduziu a alguma competência, mas tal competência não decorre do modelo empresarial apenas, decorre dos avanços tecnológicos e da instrução de quem tem servido o SLB.
O Benfica dos gestores, numa economia capitalista, está em risco de ser absorvido pelos fundos financeiros e tubarões a prazo.
Um gestor no SLB tem a oportunidade de gerir a 5a maior empresa do país.
Que é uma gota de água no oceano financeiro mundial.
O futuro do SLB é só um, dos sócios e adeptos.
Por mais que o queiram implodir para justificar a entrada de parceiros estratégicos.
Não é preciso, apenas basta limpar a escória que é atraída pelo magnetismo do SLB.
Comentários
Enviar um comentário