O jajão de Rui Costa

 

Lamento imenso não conseguir evitar desconfiança em relação ao Rui, até porque somos da mesma idade e acompanhei a sua ascensão no SLB nas últimas equipas à Benfica que tivemos.

Torci para o seu sucesso como jogador, e como dirigente desiludiu-me até agora.

Mas é o nosso presidente, e face ao exterior, sou o seu maior apoiante.

A entrevista que deu hoje, confirmou de novo, uma das minhas suspeitas. 

Rui é um provinciano que desconhece a dimensão do SLB.

Rui tem um departamento de comunicação cuja única função é gerir a percepção dos Benfiquistas em relação ao Clube.

Rui adoptou a rama do que caracterizou o seu antecessor, a linguagem corporal, as palavras, algumas ideias, e a baixa estima pelos Benfiquistas e pela força do Benfiquismo.

Uma análise do discurso de Rui, revela que ele lê blogues, vê paineleiros, OU, há de facto uma cartilha.

O que nem é bom, nem mau, per se.

Insistiu pelo menos por 3 vezes, na expressão de optar pela vertente desportiva e nem tanto pela financeira. 

Isto foi veiculado por paineleiros, essencialmente, pelos mais próximos ao vieirismo.

O pivot foi simpático, podia ter perguntado, '-Rui, se apostasses na financeira, e após venderes mais de um bilião de euros em transferências, quantos milhões conseguirias abater no passivo?'

O discurso de Rui foi um encómio a ele mesmo, onde os agradecimentos finais a Lourenço Coelho e a Brás, foram uma forma de mascarar o culto da personalidade, característica do vieirismo.

Um presidente de um clube eclético, não tem de bater no peito, por um jogador como Otamendi renovar com o SLB, quando tem mercado na Europa.

Rui Costa, faz do SLB um clube pequeno. Rui, és um provinciano, peço desculpa por ter de o dizer.

O provincianismo continua com o esfregar-se no brilho Di Maria. Já não bastara uma recepção pública comemorativa de Di Maria, quando um jogador com mais jogos, como Pizzi, saiu pela porta pequena, que ainda Rui tem de evidenciar que foi uma conquista Di Maria vir jogar para o Clube, abdicando de valores incomportáveis para o SLB.

No mínimo, falta de elegância, e sofreguidão em associar-se à imagem de Di Maria. Vieirismo em estado puro, lamento dizê-lo.

O apelo à emotividade no relato do caso de trazer Di Maria, é uma canalhice comunicacional, comum em Vieira.

Para justificar a venda de Ramos cai numa contradição que os comentadores BTV que se seguiram, ocultaram, no triste serviço ao Benfiquismo que fazem com o seu seguidismo.

Em relação a Ramos diz que a oferta do PSG mexeu com a cabeça do jogador. Ou seja, saiu antes da Supertaça porque não estava em condições de jogar. Passou um atestado de inexistência de profissionalismo em Ramos. Mais, afirmou que sabe por experiência própria o que isso é. E nisso tem razão...

Que não podemos ser românticos, mas depois repete-se afirmando que Guedes, Di Maria, ou Otamendi não regatearam vencimentos. Há aqui uma contradição estranha. Se o dinheiro tolda as consciências e as perfomances, porque é que há jogadores que são tão alterados em relação a outros?

Por acaso insinua que Ramos só pensa em dinheiro? Teria sido mais honesto dizendo que Ramos não podia correr o risco de se lesionar, com o acordo feito.

Mas não, preferiu ornar palha.

Por um lado enaltece o romantismo, por outro, negando-o. Ou seja, usa-se do romantismo, da mesma maneira que se esfrega no efeito Di Maria.

Rui apela a uma ideia de união que facilmente se confunde com unanimidade.

Rui fala na centralização como dado adquirido. Que é o governo que manda. Relembro que as Finanças não tiveram facilidade em entrar num certo estádio, e hipotecar as loiças sanitárias.

A BTV está tornada numa plena caixa de ressonância da direcção, com malta ridícula mas bem intencionada, que presta um mau serviço ao Benfiquismo. Na minha opinião. A BTV deveria poder dar o exemplo nos media em Portugal. Mas não é.

Quer Rui, quer os comentadores que se seguiram, falam do 'produto' futebol.

Esta malta não percebe que os adeptos do SLB não são consumidores, são BENFIQUISTAS!

E isso, desconhecem o que seja.