A sabotagem DE Schmidt e a sabotagem A Schmidt

 

A 15 de Fevereiro de 2021, Ibrahim Afellay, analista de bola no Studio Voetbal, largava a sua frustração para com o treinador do PSV, Roger Schmidt, por causa de uma sucessão de maus resultados do PSV, que implicaram perda de títulos.

O cerne da crítica concerne a táctica, as substituições e as desculpas/comunicação do treinador.

No PSV, Schmidt jogava com 2 trincos, ou médios defensivos.

Ibrahim Sangare e Pablo Rosario. 191 centímetros mais 185 centímetros de gente a defender a defesa e a lutar no meio campo.

Relembro que o médio com maior disponibilidade corporal que temos, é Florentino, com 184 centímetros de bom jogador mas como segunda linha.

Afellay criticou a fraca saída de bola, especialmente no que dizia respeito a Sangare, que segundo o analista, tinha péssima decisão nos lances. Também na Holanda, Schmidt era comido por equipas do meio da tabela para baixo.

Pierre van Hooijdonk, bem conhecido por nós, e também analista, exortava o senhor Schmidt a largar o 4-2-2-2, por um 4-3-3.

Cito:  “He persists in that system with two defensive midfielders, so the field occupation is wrong anyway. They keep giving away goals. It is time for something to happen. Surely we can now come to the conclusion that it is not going anywhere?”

 

O PSV de Schmidt, era a 6ª equipa mais pressionante do campeonato holandês.

Já no empregoanterior, dava as primeiras partes, e apresentava meio-campos pouco agressivos e intensos, mitigados pelo poderio físico dos médios defensivos, e pela qualidade superlativa de Gotze.

Algo que mudou na sua vinda para Lisboa, foi a rotação que faz aos jogadores, com a ESPN a clarificar publicamente que o treinador usara os 36 jogadores à sua disposição. Foi até apelidado de o ‘rei das trocas’, leia-se ‘substituições’.

Onde quer que Schmidt esteja, os problemas no balneário parecem ocorrer, em parte, talvez, por causa da forma como monta as equipas e gere os jogadores.

Olhando para a carreira de Schmidt, os seus melhores resultados ocorreram quando a diferença qualitativa entre a equipa que treina, e as outras, é maior.

Veja-se o caso do Salzburgo.

A imagem de marca do seu jogo, era a pressão com linhas subidas e a contra pressão, com os seus jogadores a ganharem a posse OU a cometerem falta.

Tudo diferente do que optou fazer esta temporada.

O seu estilo de jogo, exige jogadores rápidos, intensos, e toda a equipa defende e toda a equipa ataca.

Desde sempre na sua carreira, Schmidt tem o seu grupo de jogadores, a quem recorre mais. Com toda a certeza, por uma questão de confiança.

A táctica de Schmidt, apesar do sedutor jogo directo, ofensivo, agressivo, não mudou desde que saiu do Salzburgo.

As suas equipas, contudo, sempre tiveram baixas percentagens de passes certos.

Schmidt não sabe jogar em posse, apenas em vertigem e em jogo partido.

A única experiência de jogo em posse, foi na China, porque a intensidade dos jogadores nesse campeonato, assim exigia.

Onde quer que vá, Schmidt leva os pontos fortes, e fracos da sua experiência no futebol.

Falta de equilíbrios defensivos, falta de criatividade, e quedas abruptas de rendimento.

Em 2016, no processo que conduziu à sua saída no Leverkusen, já -lhe chamavam teimoso.

Isto apesar de ser um treinador mediano na valorização de jogadores às suas ordens.

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O que estamos a assistir agora, é uma constante por onde Schmidt tem passado.

É um treinador bom, em futebol partido, mas pouco acima da média, no que concerne a todos os momentos do jogo.

As condições ideiais para o seu estilo, exigem uma equipa a jogar em bloco, solidária, e com todos os elementos, sempre 'ligados'.

Schmidt não sabe responder, porque a sua forma de defender é a atacar.

Dois motivos contribuem para o seu fracasso esta época, e o ter ganho a passada à rasca.

Primeiro, o nível de intensidade que exige o seu estilo de jogo, em Portugal não acabava com 10 jogadores todos os jogos, por causa da preferência arbitral na dualidade de critérios para com a tonalidade encarnada.

Segundo, a equipa que lhe deram.

Schmidt está claramente a utilizar a sua versão chinesa, de forma a jogar mais em posse, e usando os jogadores que lhe deram.

Dos quais incluo, João Mário, Di Maria, Florentino, que não são, nunca foram e nunca serão, jogadores intensos e rápidos.

Logo aqui temos 3 jogadores que boicotam involuntariamente, o gegenpressen.

Com Enzo, que defendia mais à frente, Tino podia brilhar nas recuperações, até porque o argentino...era bom a sair da pressão, com bola. Tino não é.

Tino exige jogadores perto, com linhas, o que puxa a equipa para trás.

Kokçu, não é, de perto ou de longe, capaz de fazer o mesmo que Enzo, embora seja um bom médio, que não sabe jogar no sistema em que o metem.

O sistema de Schmidt exige que os laterais sejam 'cavalões' que façam toda a ala, e pressionem a saída de bola dos adversários. Nem Bah, nem Carreras, nem Jurasek, têm a qualidade e a capacidade física. Bah, está sempre lesionado, e Carreras é um plano B de Grimaldo, um pouco mais alto e um pouco mais tosco.

Há aqui uma conjugação de factores internos, que revelam uma péssima leitura, que cremos, levou à contratação de Schmidt por causa do futebol vertigem e agressivo. Apenas.

Lamentavelmente, um grupo de trabalho, é mais que isso.

Nem deram as condições ideiais a Schmidt, como não se precaveram para colmatar as insuficiências deste treinador.

E isto, cheira totalmente a dedo de Rui Costa. Rui, quer um futebol atraente, e quer capitalizar as 'grandes' contratações.

Di Maria, no nosso campeonato, é ele e mais 17 clubes.

É de longe, em forma, o melhor jogador do campeonato.

Mas junto com Neres, João Mário, e outros jogadores de engate, não garantem a eficácia que Schmidt procura.

Schmidt é bom treinador, mas com demasiadas falhas para um Clube como o SLB.

O homem tem 50 anos e a rábula de não aprender português (fomentada pelos merdia), comprova que burro velho não aprende línguas, leia-se, não se adapta, nem muda.

Em suma, o homem é bom treinador, mas para equipas médias do Reno para cima.

Não tem de todo, a ratice dos campeonatos do Sul europeu.

Rui Costa, que todos dizem, perceber de futebol, não percebeu isso. Foi enfeitiçado pelo futebol vistoso, apenas, descartando o facto, de que Schmidt, ter um parco palmarés, para a sua longa carreira.

É natural que se pense, que se Schmidt não vinga, deve sair e levar quem fez dele, o projecto desportivo.

Porque podemos ter a certeza, que enquanto Rui for presidente, vamos ter de levar com Schmidt até ao fim do contrato.

A não ser que um golpe de ilusionismo, alivie a responsabilidade de Rui. Mas deixo esse tema para o director de comunicação Pedro Pinto, pois foi contratado para controlar as narrativas.

Viva o Benfica.