Estád(i)os gerais
Costuma-se dizer que o insulto é a arma dos pobres.
Não é. Em geopolítica, é o submarino. Curiosamente, é um artefacto do mais caro que há.
O submarino é a verdadeira arma de dissuação, por isso Portugal tem submarinos há décadas.
Quem não tem dinheiro para porta-aviões, compra submarinos, quem não tem dinheiro para submarinos compra navios com cargas de profundidade e aviões com sonobóias.
Quem nada tem, usa pedras e fogachos, como faziam os tipos em Beirute e na Faixa de Gaza, contra um exército melhor organizado, mais bem equipado e treinado.
Para as suas populações eram heróis, para o resto do mundo terroristas. Quando o terror é a única arma possível, não deixa de ser arma. Que o diga o IRA (Irlanda do Norte).
Temos milhares de exemplos onde o terrorismo é usado como forma de moldar a realidade e a condição política.
Se EU apoio o terrorismo? Não, e creio que ninguém no seu juízo apoia o massacre de civis.
Em Angola, brancos massacraram pretos e pretos massacraram brancos. Em 2024, chama-se a uns 'colonos' e a outros 'movimentos de emancipação, o resultado final foi o mesmo, o pagar o justo pelo pecador, porque não havia outra arma possível, contra um inimigo superior. Independentemente das motivações.
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Que tem isto a ver com o NOSSO BENFICA?
Não sou defensor do envio de tochas para o relvado ou para cima de outras pessoas. Não defendo que se insulte o treinador, que se mandem garrafas de água ao mesmo.
Não defendo que se assobie a equipa.
Posto isto, entendo perfeitamente quem o faz.
E entendo-o como a única arma disponível aos autores.
O que está a acontecer agora, infelizmente, não é culpa exclusiva de Rui Costa. Mas lamento dizê-lo, decorre da sua falta de inteligência, não como homem, mas como tipo que nunca teve de gerir nada, e sempre andou a servir de biombo.
Estamos no 3o ano de mandato, e Rui devia ter presente, que uma das suas promessas foi a auditoria e a revisão estatutária. Se fez essas promessas foi porque, por si mesmo, ou aconselhado por alguém, percebeu que isso era um desejo dos sócios. E era um desejo dos sócios porquê?
Bem, em grande parte porque o Benfica empresa, estruturado pelo senhor do palheiro, focou-se tanto no 'empresa' que esqueceu o 'Benfica'. Percebe-se. Luis Filipe Vieira, tem muito trabalho meritório a ser creditado.
Mas a cadeira de sonho, arranca da ligação à terra quem nela se senta. LFV conseguiu falir o Alverca, bem como quase todas as suas empresas. E após 20 anos, é natural que se tenha acostumado a sentir-se como dono do Benfica. E a agir de acordo.
O bufoso lá de cima, e amigo de LFV, está a dar um cabal exemplo do que acabo de dizer. E esteva lá o dobro do tempo.
O Benfica de Vieira, foi forjado à imagem do mesmo.
É esse Benfica, que Rui herda, e de que é co autor, seja activamente seja pelos anos de omissão em que andou por lá a mamar a buxa, à espera de um dia ser presidente.
Vieira fez com ele o mesmo que o bufoso fez com Vitor Baía.
Rui imitou os trejeitos e pouco mais. Fê-lo, garantidamente, por amor ao SLB. Mas eu e o caro leitor, amamos igualmente o BENFICA, mas abdicaríamos de ser guarda-redes titular da equipa, porque percebemos, pelo menos eu, que não tenho as qualidades necessárias para prestar um bom serviço ao SLB.
Rui não as tem, e é com profunda pena que digo isto.
E opto por acreditar na sua boa-fé. porque tenho indícios para acreditar na sua má-fé.
Desde logo o exemplo supra-citado. Porque não fez ainda a revisão estatutária, a um ano do fim do seu mandato? Foi apenas verbo de encher?
Rui não enfrenta ninguém, não está no seu carácter. Pessoalmente é corajoso, no sentido em que foi um atleta de alta competição e é preciso coragem para todo esse contexto. Como dirigente, é do mais cobarde possível.
Ou por falta dessa coragem, ou porque mama a buxa, no que considera ser o interesse do SLB. Por exemplo, não confrontar em guerra aberta o bufoso, pois isso poderia, por exemplo receber um check da Emirates e lá se iria o patrocínio.
Não quero acreditar que Rui esteja preso por contextos de corrupção que se possam descobrir assim que salte fora da parada. Veja-se o caso, de novo, lá em cima, onde todos os dias sai um caso novo, longamente conhecido mas reaquecido como fresco, pelos merdia do costume.
Prefiro acreditar que está preso numa teia de interesses e condicionantes, que o fazem agir como age, convencido que está a defender os melhores interesses do SLB.
O Benfica está doente, porque tem a sua massa adepta dividida. Leia-se o símbolo, porra.
E esta doença leva-nos de novo às tochas. As tochas não têm mal nenhum. Estão a ser utilizadas como arma contra um Benfica empresarial e democraticamente manco, que não se consegue renovar e reinventar.
Os erros estão lá todos, tal como o timming dos merdia e Ministério Público para escarrapachar mais outra ingerência na vida associativa do nosso Clube. Tiraram de lá Vieira, sem que se tenha lavrado alguma sentença. E agora, se Rui não saltar fora, e não o vai fazer porque empurrou o que anteriormente o usou como biombo, abafam as notícias diárias dos bufosos lá de cima.
Sequer é a reacção das claques, ao Rui per se.
É a uma história que só é lembrada quando convém. Estou à vontade para falar, porque não pertenço ou pertenci a nenhuma claque e pessoalmente, nunca tive grande apreço por malta que há uns anos, eram delinquentes vestidos de vermelho.
A reacção das claques e de outros adeptos, tem a ver com esta espécie de sina, de não conseguirmos eleger um presidente de jeito. Alguém com características mínimas para poder desempenhar o cargo.
O SLB é um Clube imenso, muito apetecível, a relativos desconhecidos. É uma espécie de reino, com vários séquitos, várias capelinhas, vários tiranentes colocados em escalas hierárquicas.
O SLB é a maior e mais querida 'marca' de Portugal.
Mesmo quem nos odeia, nos faz publicidade.
Isto fez com que muita gente, com bons e menos bons motivos, se tenha entregue ao desejo de gerir o SLB.
Lembro bem o frenesim de Damásio quando a situação calamitosa do SLB, fez com que os sapos viessem buscar Paulo Sousa e Pacheco. Damásio foi eleito, porque prometeu com a sua imagem, fazer respeitar os direitos do SLB.
A coisa descambou, até ao ponto de o bufoso lá de cima o designar como 'homem bom'. Sugiro visita ao arquivo RTP, que tem lá as declarações.
No período de maior roubo e corrupção, de viciação de resultados, e espoliação da igualdade de competição desportiva ao SLB, tivemos sempre, mas sempre, presidentes fracos.
(foto retirada de O Fura-Redes)
Damásio e Vilarinho, vieram do mundo empresarial. Tal como Vieira.
Mas quer queiramos quer não, e não negando o Benfiquismo de pelo menos dois, nenhum deles fez do SLB a sua missão.
Não quero ser injusto com esta malta, apenas me fico por aqui. E acrescento, com pena, Rui ao lote.
Rui faz do SLB a sua missão, mas tem tanta capacidade para a desempenhar, como eu tenho, (e gostaria com toda a minha força ter), de descobrir a cura contra o cancro.
Cada homem tem de saber os seus limites.
Rui não sabe ou quer saber dos seus.
Não percebe de gestão, por isso mantém apenas o que conhece...o vieirismo.
E o regime presidencialista do Clube, trabalha contra o mesmo, quando os presidentes são medíocres a liderar. E liderar não é falar com voz grossa por cima dos outros. É acima de tudo perceber as lacunas.
Rui Costa continua a achar que os adeptos são ludibriados com as contratações, a exemplo do seu antecessor. Continua a utilizar as promessas de futuros radiosos onde ao minimo interesse as agora promessas, são transformadas em liquidez, algures.
Que a populaça quer é nomes sonantes, e que no final, a mística do SLB se transmute em fezada, que às vezes dá para ganhar, e noutras não dá, é a vida.
O trauma Vale e azevedo, criou outro Benfiquismo, temeroso, amordaçado, desconfiado, negativo. Vieira manipulou este medo com mestria, para se manter no poder.
Os sócios e adeptos, embalados por números residuais de votantes, por comparação com o universo total de sócios, passaram a identificar o presidente com o Clube, até porque o presidencialismo Benfiquista, tornou aqueles presidentes que no passado eram discretos, em figuras popstar que dão a cara em tudo o que diga respeito ao Clube.
Já não basta quem anda ali naqueles corredores como ratos de corte medieval, que os próprios presidentes de direcção não perdem, como Rui, a ocasião de aparecer quando as coisas correm bem, quando há assinaturas de contrato e renovações.
Foi este degradar que esteve na base de todas as manifestações de insatisfação, alimentadas pelos insucessos desportivos, que são vistos pela maioria, como decorrentes de uma liderança fraca.
E a liderança é sempre fraca, quando o maior Clube português, que tem OBRIGAÇÃO de ganhar, não ganha.
9 em cada 10 campeonatos deviam ser nossos.
(em 2012)
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