Jornalismo travestido e desporto

 



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A 26 de Janeiro de 2023, é repescada pelo jornal Expresso, uma notícia acerca de corrupção por parte do Sport Lisboa e Benfica, a jogadores do CS Marítimo, em concreto a um jogador de nome Edgar Costa, por via do empresário Miguel Pinho, na época 2015/16.

 

Esta notícia sai em  2017, 2018, 2022...

https://www.record.pt/futebol/futebol-nacional/liga-bwin/benfica/detalhe/sic-diz-que-benfica-ofereceu-40-mil-euros-a-jogadores-do-maritimo-para-perderem

 

Segundo trabalho mais aprofundado de Hugo Gil, são 11 vezes (à data de 2017), que a notícia é reaquecida:

https://hugogil.pt/noticia-do-expresso-reciclada-pela-11a-vez-desde-2017/

 

O que temos nós aqui?

O contínuo acto de acusar e julgar, por parte de media, sem alguma condenação efectiva.

Tudo sob a alçada do ‘bem público’.

 

Quem está por detrás do original desta notícia?

Hugo Franco e Rui Gustavo.

Estes dois jornalistas do Expresso, fazem pela vida.

E a sua vida não é o jornalismo, mas um placebo, a venda de papel.


O resto são os medias portugueses a fazerem notícia das notícias uns dos outros.


O Hugo Franco até teve uma queixa sobre si, que embora não sendo considerada procedente pelo sindicato de jornalistas na figura do seu Conselho Deontológico, ainda assim apresenta reparo pelo mesmo conselho, a saber:

«7 . Da análise feita durante o processo de averiguações, o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas entende não se verificarem motivos para considerar procedente a queixa efetuada pelo psicólogo Frederico Pereira contra Hugo Franco. Aconselhando o jornalista a cuidar dos aspetos relativos aos pontos 5 e 6 da deliberação, o Conselho Deontológico considera que, no essencial, eles não  desmerecem os esforços do jornalista em contribuir para a verdade possível sobre um caso de relevante interesse público, e sem prejuízo de futuros esclarecimentos que se realizem no futuro.»

https://jornalistas.eu/queixa-contra-jornalista-do-expresso-por-alegado-desrespeito-do-codigo-deontologico/

 

Ou seja, o ‘jornalista’ Hugo Franco omitiu o motivo da conversa a ter com o potencial entrevistado, bem como elaborou a peça ‘jornalística’ sobre o visado, como se a não cedência de entrevista pelo mesmo, pudesse indiciar qualquer tipo de culpabilidade.




(o talentoso Hugo)
https://expresso.pt/autores/2015-05-02-Hugo-Franco-a755afb7

Não se pretende visar no todo, a proficiência profissional do ‘jornalista’, apenas notar a falibilidade metodológica do mesmo. E neste caso é claro que Hugo é altamente motivado para conseguir o 'exclusivo'. Mesmo a arrepio da deontologia ou bom gosto.


(o talentoso Gustavo)
https://tribuna.expresso.pt/autores/2015-05-02-Rui-Gustavo-18bf191b

O Gustavo, parece ser 'benfiquista'. Mas isso não impede que faça a vida à conta de notícias vendáveis sobre o SLB.

Em abono da verdade, Gustavo e Hugo, lidam com os temas mais sumarentos do desporto, no Expresso, quer as alegadas corrupções do SLB, quer do FCP.

O que cada peça mostra, é que nunca há nada de definitivo ou de concreto, é sempre 'A justiça, disse, pensa, alega', protegendo as alegadas fontes, mas nunca protegendo as instituições ou pessoas, que assim são expostas para venda de papel. Claro que o Expresso não é o único tablóide português.

Nem o Gustavo é o único 'benfiquista' a colocar o direito à informação e a ganhar a vida, à frente da Instituição à qual nunca é dado o direito de contraditório.
Há que fazer render o peixe, e deixar no limbo do concreto, reaquecer a sopa, para justificar à Impresa que o ordenado é merecido.
A estes peões, que andaram nos cursos de comunicação social, não pode ser assacada responsabilidade.
Nem pedir-se que investiguem por si e apresentem algo de concreto, e que esse concreto leve a condenações, mesmo se referentes ao SLB.

Eles apenas fazem parte do processo de troca de dinheiro por emoções, a que está hoje reduzido o jornalismo.
E como existem dois clubes em Portugal, o SLB e o anti SLB, o tema claro que só pode ser um.
Reaquecido várias vezes, enquanto durarem os processos na justiça.

Nesse ponto de vista, criam as notícias, que são repetidas noutros jornais, e às tantas, o jornalismo português é uma câmara de ressonância onde se esquece o epicentro.

A qualidade técnica dos jornalistas é má, as redacções, são mercantis, e o 'mercado' pouco exigente, porque clubista.


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Foi também reaquecida a notícia do caso Alfa Semedo e do Moreirense.
Neste, como noutros casos, mantemos a mesma opinião.
Investigue-se, prove-se, condene-se.
Se o SLB tiver de descer de divisão, que desça.

Depois de o zborden, pelo caso Palhinha, ou depois do FCP devolver os troféus W52 ganhos no ciclismo.


Se for provada corrupção imputável ao SLB, que seja castigado por isso.
O problema é que nada se prova, e apenas sai o castigo, naquilo que numa pessoa singular seria análogo a assassinato de carácter.
O SLB é enxovalhado nos media, porque vende.

Vende para os Benfiquistas e para os anti.

Caso análogo acontece com a 'notícia' Alfa Semedo.
Em 2018:

https://www.record.pt/futebol/futebol-nacional/2--liga/moreirense/detalhe/presidente-do-moreirense-e-o-negocio-alfa-semedo-nao-ha-nem-pode-haver-nada-que-nos-possam-apontar?ref=Entrevistas_2BlocoAreasemDestaques

E desde aí, tem sido a notícia reaquecida em alturas de conveniência, ou desportiva, ou para 'agitar as águas' da venda de papel.

Modus operandi semelhante, sm concretização, ou desenvolvimentos processuais que o justifiquem.

As alegadas notícias sobre o SLB não são para informar, mas para ir informando. Ou deformando.

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Esporadicamente, fora da clubite, lá vamos tendo alguns exemplos de indignações justas.
Neste caso, o blogue Aventar, que nem costuma falar muito de bola, descobriu que algo vai mal no reino da Dinamarca.

Geralmente, o futebol é olhado como uma espécie de circo, superficial e para fanáticos ou maluquinhos.
Mas quando o Porto Canal, por impunidade durante anos, expôr informações sobre a esposa de Rui Santos, aí já o caso é sério.

Bem, mais vale acordarem tarde, do que nunca. E tal como o Aventar, tal como a tutela do desporto em Portogal.

Recomenda-se a leitura.

https://aventar.eu/2023/02/21/o-porto-canal-nao-e-de-palermo/

«O Aventar não se limitou a ouvir os visados. Tivemos o cuidado de conversar com diversas fontes ligadas. Entre o desconforto e a revolta foi notório, em todos, o medo. O medo que os levou a exigir anonimato e alguns a aconselhar ficarmos em silêncio: “as ameaças de porrada, as ameaças de morte, esperas junto às escolas dos filhos, junto aos estabelecimentos comerciais de quem ousa falar/criticar, vocês não sabem o que vos espera, tenham cuidado e pensem bem se vale a pena o risco”. Ora, o Porto não é Palermo e temos a certeza que as autoridades competentes estão a investigar tudo isto. O Aventar fez a sua parte, com o máximo cuidado ouvindo todas as partes e em especial os dois visados e, recordando, não somos um órgão de comunicação social. Agora cabe, a quem de direito, investigar e retirar as devidas ilações.»




No entanto a questão é a seguinte, qual a comunicação social que deve investigar e informar sobre isto?


A retratada na figura dada pelos jornalistas do Expresso?





Comentários

  1. "Jornalismo".

    É altura de falar do Benfica 1-1 Sporting dessa época. Ainda tens à mão o gif que já partilhaste imensas vezes daquelas mãos todas?

    Ou é altura de falar de Domingos Paciência e o último jogo da época 2010/2011... entre a equipa que ele treinava e a equipa que iria treinar no ano seguinte... e só uma delas poderia ir à champions.

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