A assembleia do desespero

 

Insistimos aqui no blogue, no facto de Rui Costa apenas ter aprendido os maneirismos, manhas e linguagem corporal do antecessor.

O que se compreende, pois o antecessor foi de certa forma idolatrado pela massa adepta, até ter ficado claro que eram outros êxitos que não os desportivos, que mais lhe interessavam, no fim dos 19 anos de reinado.

 

Também Vieira dava umas migalhas para ir podendo ‘comer’ o pão.

O mandato de Vieira mal serviu para parar o lastro ganho pelos de Contumil, no controlo das estruturas do frutabol.

É só já no fim do mandato que conseguimos 4 (!) títulos, cuja única constante foi a de um desinvestimento propositado, para dar a mão aos de Contumil, reavivando-lhes o ânimo.

Isto foi uma constante ao longo do reinado de Vieira.

 


Relembro aqui a negociação dos direitos televisivos com as operadoras, e ao impacto inicial de grande negociador. Pois bem, os outros clubes conseguiram contractos equivalentes, o que apenas serviu para colocar divisão nos Benfiquistas, uns perguntando como podem duas agremiações regionais ter valores aproximados ao que conseguimos, e outros perguntando pelas minudências do contrato, que não só tirou a liga inglesa da BTV, voltou a encher o rabo da decrépita sportv, como ainda sobrecarregou os Benfiquistas, que assim tinham de pagar também os 10 euros da BTV, para poder ver os jogos em casa.

 

Nós, Benfiquistas, andamos a ser comidos de cebolada, de há 20 anos a esta parte pelo menos.

A troco de uma vitória aqui e outra ali, vamos legitimando quem gere não o Clube, mas a percepção dos adeptos do SLB.

E por isso, o SLB é apequenado, para tornar em extraordinário, o que sempre foi e deveria continuar a ser normal.

Por exemplo, quando Vieira repetia até à náusea que quando chegou até as pedras da calçada deviam dinheiro, tal visava apenas relembrar e vincar uma espécie de agradecimento que o perpetuasse.

Muitos adeptos caíram na esparrela, acreditaram na imagem passada, que o SLB se tinha tornado tão grande que só um negociador implacável como o tipo dos pneus e da Obriverca, colocado no SLB por Ricardo Salgado, seria capaz de gerir uma das maiores empresas do país. Que inclui na remuneração do seu quadro, anterior consultor, bodas de descendência para efeitos de evasão fiscal.

 

(Rui Costa, o herdeiro, foi jogador, e todos sabemos como os jogadores hodiernos sentem o SLB...soltem uma lágrima ou não...)



Pois é caros consócios, a nossa maioria silenciosa permitiu isto.

Permitiu a admissão de uma ideia de Benfica a contraponto de quase toda a sua história.

O SLB sempre foi gigantesco.

Não foi Vieira nem o DSO que o fizeram.

Os títulos conquistados, são devidos ao SLB e sua massa adepta, e não aos ‘gestores’.

Foi declarada guerra ao adepto, sob a capa da actualização de mentalidades, até o estádio foi reduzido à dimensão dos estádios rivais.

Nos contractos televisivos, nas infraestruturas, a aproximação à dimensão dos rivais, foi feita a partir de dentro, por malta que ou não é Benfiquista, ou pouco conhece do que significa o Benfica.

O próprio ex presidente afirma, que o core business futebol, força a que todos colaborem, na Liga, e que por detrás do pano, são todos parceiros de negócio.



A redução dos lugares de assistência, garantiria receita fixa sujeita a especulação, ao invés de um grandioso estádio, onde haveria sempre lugar.

Rui Costa, faz parte desta mentalidade.



Se por complacência ou manifesta incompetência, só o futuro o dirá.

Mas, a marcação da Assembleia para uma 5ª feira, último dia em que era possível, o dia mais próximo possível do início das férias estivais que tiram muitos Benfiquistas da potencial assistência, deixam antever que a mentalidade saloia, a de que os sócios e adeptos são parvos, continua lá.

 

São necessários uns estados gerais Benfiquistas, pois já todos percebemos que chegamos a um ponto chave, em que temos de definir claramente uma estratégia para o futuro. Prova disso, a exclamação para mudança de mentalidade contra equipas do fezepê, e a ovação que a mesma mereceu.

É o maior indicador de desespero do imenso Benfiquismo.

É uma reacção a uma perda de identidade, de que Rui Costa fez parte. E continua a fazer.

Alguma vez um Benfiquista exige tratamento diferenciado para um oponente, mesmo que este sempre tenha sido corrupto e protegido – que o foi, rebaixando o seu Benfiquismo? O Benfica não diferencia adversários, respeita todos e visa ganhar a todos. Corruptos ou não corruptos.

 

Outras exclamações o Benfiquismo presente partilhou. Guardadas para o final, e desconsideradas as que mais dificuldade colocavam a quem tinha de as responder.

Eu lembro-me de ver um SLB onde o presidente evitava os holofotes, e os dirigentes de cada secção, davam a cara, para o bem e para o mal, quem não se lembra de Carlos Móia ou Gaspar Ramos? Mas desde o senhor do palheiro, que temos esta forma de afunilar todas as atenções para o tipo que será votado no sufrágio. Especialmente Rui Costa, que faz finca pé em ser um menino bem-comportado, com o apoio a Proença, mas também em não contratar ninguém incisivo para a Comunicação.

O apoio a Proença foi justificado nos superiores interesses do Benfica, que nada ganharia por andar em sentido contrário ao dos outros 33 clubes.

Deixou a ameaça de murro na mesa que costuma fazer, dizendo que tudo se pode inverter, portanto tem cuidado ó Proença, se não ganharmos o prémio fairplay, faço-te uma espera na garagem.

Por mais que não queiramos criticar o Rui, é impossível, através de uma análise fria dos factos.

Não é do interesse do SLB opor-se a uma Liga hostil, a clubes hostis ao Benfiquismo?

Mas estamos a brincar?

O Rui revela falta de inteligência ou é sonso. Diz, ah os sócios dizem que o SLB tem de estar no centro das decisões, mas estamos fora da direcção da Liga e até do calendário para os jogos fora.

Mas que grande protesto, face ao que tem sido a história das últimas décadas, ó Rui…

Meia revolta com a Federação de Basquetebol? Se o que fizemos e bem, é meia revolta, o que será exigir a demissão dos corpos sociais desta federação de lagartos? Uma hecatombe?

 

No passado, os presidentes do SLB quase sempre foram empresários.

Malta que ainda assim conhecia o pulsar da vida, e tinha uma noção de escala.

Rui Costa foi criado em viveiro, felizmente os pais iam levá-lo aos treinos de carro, teve a consideração de ser jogador das escolinhas do SLB, ou seja, em certa medida, viveu toda a sua vida numa bolha protectora, mesmo em Itália.

Para Rui Costa, um murro na mesa é um acto de alta violência.

«Não acredito que seja forma ir contra o mundo inteiro.» -diz Rui.

Mesmo que o mundo inteiro actue contra o SLB? Magistério Público, PSP do Porto, clubes da primeira Liga, alianças do Altis, etc.?

 



Não há volta a dar, ou Rui é um panglossiano ou um sonso. Ricardo Araújo Pereira não errou na análise.

 

Rui deu a garantia de que dará novo murro na mesa, se o SLB se sentir prejudicado. Indague-se que murro na mesa foi dado aquando da primeira contratualização, onde um clube com perdão bancário, obteve quase a mesma fatia de direitos, que o SLB.

 

Continuamos a ser comidos de cebolada, é claro que Rui irá servir para que o SLB engendre uma narrativa em que a aceitação do arranjinho, seja tomada como inevitável pelos sócios.

O estado, não tem autoridade para impor alienação de direitos e revenue a uma entidade privada ou pública, mesmo com estatuto de utilidade pública.

Rui frisou ‘governamental’ e é por aí que irá dar o xarope, que é o futuro ou obrigatório por parte do estado.

Voltamos a repetir, o SLB tem de rejeitar este arranjo, SOB QUALQUER FORMA QUE APRESENTE.

E o motivo tem de ser só um, um completo descrédito na organização desportiva em Portugal, que exige intervenção estrangeira.

António Melo já o disse.

As metástases da corrupção impedem que haja esperança, qualquer esperança.

Tem de vir gente de fora meter mão nisto.




Incluindo dentro do SLB. De fora do vieirismo.


Comentários

  1. Há coisas melhores mas é como dizes... muito permanece semelhante. O apoio ao Pedro Proença, a posição face aos direitos televisivos e muitas coisas como até a reacção à saída dos jogadores jovens não me enchem as medidas.

    O que o Benfica fez no basket e no hoquei, onde foram mais assertivos que em tudo do futebol, tem de levar a consequências maiores. Não podemos ficar por aqui.

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    1. Demasiado semelhante. Não nos podemos distrair com contratações sonantes, e uma vitória de vez em quando. Isso foi o vieirismo!O SLB tem de assumir uma postura de ruptura e bloqueio, até que seja reposta a equidade que não interessa a clubes menores. Mas o Rui faz parte do futebol, que por cá é em grande parte, lodo.

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