O woke Rui Moreira, fã de pópós

 


Artigo de Francisco Louça no Expresso:

«Agora é que Rui Moreira, valentão, se vingou do Terreiro do Paço

Rui Moreira, por não concordar com medidas do governo, promete retirar 180 euros de apoios sociais a quem sabe deles necessitar. Um político deste gabarito, não sendo um ovni, é somente alguém à procura de uma nova carreira. Para que se havia de incomodar com os eleitores do Porto, se novos voos se avizinham?
O topete parece tantas vezes ingénuo que ainda espanta que possa ser usado por gente poderosa, sobretudo quando se comporta como se a birra fosse argumento. O Presidente da Câmara do Porto, que já usou as verbas da autarquia para publicar um comunicado sobre habitação em forma de anúncio e assim invetivar as propostas que lhe desagradam, e que não raramente se dedica em assembleias municipais a floreados incendiários sobre quem não o apoia, subiu agora de tom e veio ameaçar quem na sua cidade beneficie do programa local de apoio ao arrendamento.
Escreve ele numa carta ao governo que, a haver uma medida nacional nesse âmbito, a sua Câmara se vingará. Ele explica como: “A título de exemplo, um casal com filhos, cujo rendimento bruto mensal seja de 1405 euros e que pague uma renda de 520 euros (correspondendo a uma taxa de esforço de 37%), actualmente recebe do Porto Solidário um apoio de 208 euros, todos os meses. Ora, passando a usufruir do apoio do Estado, em detrimento do apoio do Município do Porto, este casal vai doravante receber mensalmente apenas 28 euros. Uma perda de quase 200 euros por mês”. E pimba, a sra. Elvira e o sr. António ficarão com 200 euros a menos, só para o governo aprender, as contas estão assim a modos que mal feitas para arredondar um número mais bonito, mas não interessa, Rui Moreira determina que se aplica o “detrimento” e a sra. Elvira e o sr. António e mais alguns milhares têm que sofrer em nome dos malandros lá de baixo.
A ideia de atirar ao governo anunciando que quem pagará as favas são as pessoas que estiverem com dificuldade é uma ação tão estranha que só pode vir de quem está em mandato terminal e prefere a fama de dureza aos votos dos portuenses. O estratagema de gritar contra o Terreiro do Paço e apontar para os bairros do Porto pode então ser lido como o que é, uma etapa de carreira. Dá bons títulos, entrevista pela certa, cria a imagem nacional do pugilista e estamos em tempo em que as disputas à direita são feitas no porradismo encartado. Claro que o Porto já não interessa a este movimento de carreira.
Ora, um autarca que queira empenhar-se na solução do problema da habitação pode fazer muito: pode promover programas de apoio social e não os destroçar na primeira esquina, pode procurar obter os espaços públicos desocupados e negociar a sua utilização para rendas acessíveis, pode criar condições para o aluguer da propriedade devoluta, pode limitar a construção de prédios de luxo e de hotéis, pode restringir o alojamento local, pode contratar programas de reabilitação urbana, tudo de modo a baixar preços e rendas, e até pode, coisa espantosa, negociar com o governo a conjugação e ampliação dos aumentos sociais em casos de necessidade. Propor-se reduzi-los já parece estar fora dos procedimentos normais. Mas é isso mesmo que Moreira anuncia, “uma perda de quase 200 euros por mês”. Supondo que é desnecessário explicar-lhe como se poderia resolver a sobreposição do programa da sua Câmara e de algum outro que seja definido a nível nacional (como se fosse a primeira vez que uma grande Câmara articula programas sociais com o governo), deve-se concluir que isto é mesmo o que parece: um insulto à população pobre da sua cidade, tratada como um joguete nas aspirações futuras do ainda presidente.
(no Expresso)»

Pode perguntar o leitor, que tem isto a ver com bola, e porque é colocado um texto claramente decorrente das liças partidárias.

O motivo é simples.

Rui Moreira sempre mamou da teta do estado centralista, desde antes dos tempos em que se andou a arrastar pelos corredores da bem gerida TAP.

Num país como o nosso, pode um qualquer inapto ser eleito para cargo público, se conhecido da televisão e afecto a clubes de futebol.

Rui Moreira é na política o que era nos comentários de bola, faccioso e com falta de chá.

Para forçar o estado a algo, não se importa de penalizar aqueles para quem tem responsabilidades directas, como Francisco Louçã nota.

Tal como no seu clube do coração, desde sempre, e com a desculpa da redistribuição de dinheiros, bate sempre na tecla do alegado centralismo, mesmo tendo andado anos a viver à conta do mesmo, nas empresas e cargos que obteve por causa do seu percurso político.


Este é só mais um exemplo de como a podridão é transversal à bola e à política.
É inacreditável como os autarcas da nobre cidade do Porto, com excepção de Rui Rio, carecem da verticalidade de escapar ao beija-mão que a bola lhes oferece, pois é a bola que os mete 'lá'.


Este é só mais um exemplo de como a bola corrompe a república e promove estas marionetas divisionistas.

O caro leitor não deve perder de vista nunca, que estes fãs dos pópós são uma expressão de uma mentalidade corrupta e enraízada nos votantes, e que devemos todos, delinear muito bem as águas entre política e bola, pois a democracia é bem mais importante que a bola, que é um luxo.


O woke Moreira, não se importa de queimar a floresta para regar a sua árvore.






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