Pequeno ensaio sobre a prostituição da mística BENFIQUISTA
O BENFICA ontem não perdeu por não ter jogado bem.
O BENFICA perdeu
mentalmente. E é isso que nos custa.
É o pathos de
perdermos sempre contra o adversário de ontem, por este motivo, que nos
exaspera.
Não é a conversa
de que jogam 22. É a repetição de um problema que tem mais de 20 anos e afecta
profundamente a identidade dos planteis do SLB.
I
Ao jogador:
Jogador, quando
escutas os aplausos, o hino do Glorioso, as palavras sentidas por milhares sobre
papoilas saltitantes, a celebração não é para ti.
É para o
colectivo ao serviço de um património imemorial que mais de 90% de sócios e
jogadores que jogaram e apoiaram o SLB nos últimos 25 anos, desconhecem na
quase totalidade.
O BENFICA
mercantilizou-se, o sócio e o adepto tornaram-se em clientes e potenciais
clientes.
O Benfica e os
seus adeptos caíram numa relação de codependência, onde um tenta facultar
vitórias a cobro de uma mensalidade ou anuidade, o outro tenta bater palmas nos
jogos e viver por momentos de brilho emprestado.
Sabes o que
significa o latim que está no emblema? Um por todos, porra.
Eu não nasci habilitado com talento ou jeito para o futebol.
Todo e qualquer desporto exige de mim uma longa curva de aprendizagem, seja para a coordenação motora, seja para a combinação criativa dos movimentos do desporto em causa. Sou treinador de desporto a muito custo, credenciado legalmente, e o que mais me custou foi mesmo aceitar o facto de que não sou nenhum predestinado para a bola, ou para outros desportos, creio.
Quando perdemos a final da Liga dos Campeões Europeus, o jogo das chuteiras novas do Veloso, fiz os dois quilómetros entre o sítio onde vi o jogo com outros Benfiquistas, e a minha casa, a pé e a chorar.
Não saí de casa durante uma semana.
Com as minhas limitações, que descrevi, posso te garantir uma coisa. Se em algum momento da minha vida num universo alternativo qualquer, se me pedissem para jogar oficialmente e a contar, pela equipa, qualquer uma delas, do Glorioso, eu não só comia a relva, como pedia para repetir.
Isto não é uma crítica, caro presente e futuro atleta. Isto é a constatação de que o SLB é um dos maiores clubes europeus, composto e detido apenas por sócios, e isso tem uma razão de ser, o amor, repito, o amor que os adeptos têm ao Clube.
Pensa nisso quando achares que a tua actividade é meramente uma ocupação que a ti diz exclusivamente respeito.
Enquanto tu tens dois dias de enjôo por uma derrota, o adepto anda pelo menos uma semana a digerir o fracasso.
Ao adepto:
E de todos um, o
SPORT LISBOA E BENFICA.
Nietzsche dizia
que o homem foi feito para ser superado.
« "I teach you the overman. Man is something that
shall be overcome. What have you done to overcome him?
All beings so far
have created something beyond themselves; and do you want to be the ebb of this
great flood and even go back to the beasts rather than overcome man? What is
the ape to man? A laughingstock or a painful embarrassment. And man shall be
just that for the overman: a laughingstock or a painful embarrassment...»
(Thus spoke Zarathustra)
Nós, o BENFICA, caímos
na armadilha da nossa grandeza.
Acomodámo-nos.
Reduzimos o nosso
Glorioso do passado, a um jogo de deve e haver.
E, passámos a
contratar e formatar jogadores, nessa forma quase desligada e mimada, que faz
com que entrem em campo, já com uma vitória qualquer, mesmo que percam. A
vitória do competir. A vitória do representar per se, o Benfica.
A virtude grega é
atingir o alvo. É esta a moral do SLB de Cosme Damião.
Atingir o alvo
por via da superação, é o meio.
Atingir o alvo
por qualquer meio, é a moral de outras agremiações que não o SLB.
A φρόνησῐς, ou
phrónēsis é uma virtude ou inteligência para a acção prática que implica
sagacidade, bom carácter, bons hábitos e bom juízo. É eminentemente prática.
Não contém vitórias morais. Isso é do outro lado da 2ª Circular.
Só a vitória é
virtuosa. E só existe um tipo de derrota no SLB, a mental. Se os jogadores dão tudo em campo, não
saem derrotados. Ninguém os censura por isso.
No SLB exige-se indubitavelmente,
que tudo seja dado na competição, por parte de todos os intervenientes.
Mas…
A melhoria das
condições de vida dos adeptos, baixou a exigência no SLB.
Não podemos
deixar que a corrosão da conformidade, corrompa o ideal desportivo que tornou o
BENFICA numa potência desportiva global. O BENFICA é uma potência desportiva
mundial, porque sempre se recusou, geração após geração, a ser derrotado. O
BENFICA é uma história de superação.
É esse foco, de reacção
a algo, que nos falta. Já tivemos e perdemos.
Agora são outros,
que ficticiamente surgem com centralismos, regionalismos, como forma de focar e
reunir em torno de um emblema, a energia psíquica e anímica, enquanto nós nos
dispersamos de forma tola, mansa, insípida, e acima de tudo, desprovida de
carácter.
Perdemos o
jogador à Benfica, porque deixámos morrer a ideia de urgência, de trágico, de
superação a todo o custo, que tivemos no passado.
No último
jogo, não foi só Sérgio Conceição que imitou a táctica habitual do treinador do
SLB. Há mais de 40 anos, que o jogador competitivamente intenso, como era o do
BENFICA é imitado e apropriado ao ponto de hoje se dizer que é um jogador «à
Porto»!
NINGUÉM NO SLB
EXIGE QUE ATLETAS E EQUIPAS GANHEM SEMPRE. O QUE SE EXIGE É ESSA SUPERAÇÃO,
SACRIFÍCIO E TRANSCENDÊNCIA EM NOME DO BENFICA, A INSTITUIÇÃO QUE NOS UNE.
Ninguém se amarga
por perder contra x ou y. Não é a derrota contra o Contumil, que conta. É saber
que os atletas ou não deram tudo por tudo, ou estiveram ao seu nível. Muito
menos ao do SLB.
E contra o
Contumil, ficamos sempre, sempre, deslumbrados com a capacidade de outros 11
homens quererem mais ganhar, que os que estão na nossa equipa.
Nós perdemos com
o fecepe, não é apenas pelas arbitragens manhosas ou compradas.
Nós perdemos
porque os nossos jogadores, incluindo o 12º, perdem mentalmente. São menos
fortes, querem menos, impressionam-se mais com a vontade de os outros quererem
ganhar. Falta resiliência mental, falta aquele quid, que prefere quebrar a
torcer.
O BENFICA perde,
porque de há anos a esta parte, perdemos a nossa identidade, também reflexo do
enconamento da massa adepta. É maravilhoso e desejável ter famílias inteiras
nos estádios, mas qualquer desporto competitivo é uma ritualização bélica. Sou
contra as claques mas reconheço que as mesmas trazem uma militância que o
núcleo familiar da bourgeoisie anula em certa medida.
Temos de tomar
decisões no SLB, que Rui Costa não tem preparação para tomar, pois foi jogador
de futebol, e como sabemos, esses vivem numa bolha. Sabe muito das manhas
dentro de campo, mas nada do que é o prato do dia para o adepto comum.
Ontem, tirando
os 5 minutos iniciais, os adeptos da equipa visitante, ABAFARAM o apoio
encarnado, com o estádio lotado. O adepto paga e apoia apenas na vitória, um
pouco como alguém que paga um serviço. Temos repetido isto até à exaustão neste
blogue. Infelizmente, ninguém quer saber.
O BENFICA perde,
porque quem o dirige não sabe nem sonha que o motivo da derrota, o principal, é
MENTAL.
Desculpa a
expressão, tu que me lês, os adeptos tornaram-se nuns conas, os dirigentes são
uns conas, e os jogadores mesmo que não o sejam quando chegam ao Glorioso,
acabam por se tornar em conas também, com o tempo, com o apaparicamento, com o
marketing.
Como se mantém
níveis elevados de concentração contra PSG e Juventus, e depois contra os de
Contumil, há uma quebra assombrosa quer na intensidade quer na concentração?
Inexplicável?
Bem, talvez contra ‘colossos’ os jogadores sintam esse apelo de superação.
Contra os
corruptos, a almofada de 10 pontos, ou a falsa sensação de controlo do jogo, se
tenha aliado a um deslumbramento com a maior intensidade do adversário.
Vimos esta
história repetida nos anos 80 e 90. O jogador dos corruptos quer mais, dá mais.
É ajudado pelos árbitros, e há corrupção e mais não sei quê? Claro que sim. Mas
os jogadores para aqueles lados, como Miguéns nota, são contratados por um
determinado perfil mental. São manipuláveis e programáveis, e não queremos
disso no SLB, mas também não podemos querer jogadores cujo compromisso com o
Clube não é total. E Rui Costa promove isso, quando deixa passar a ideia de que
o SLB é um ponto de passagem, que os tubarões andam aí. Ah, é o mercado.
Os planteis do
SLB nos últimos 20 anos oscilam entre a bipolaridade de ter jogadores feitos
que sabem que não conseguem subir mais alto desportivamente que o SLB, e outros
que se sentem de passagem, até que outros clubes paguem mais por eles.
Esta mistura
explica porque é que os jogadores que não singram no SLB depois fazem jogos impressionantes
quando jogam contra nós. Os nossos planteis carecem da força mental necessária,
porque o nosso scouting está agarrado a folhas de excel no que concerne a
análise de potenciais contratações, para a alta-competição, onde a componente
mental é secundária.
Não me interpretem
mal. O Gilberto compensa com garra, o que não tem em técnica. Mas não chega.
Infelizmente. É necessário perfil mental, tanto quanto qualidade técnica.
E um jogador de
futebol com qualidade média, tal como os que o SLB contrata, tem de ter alguma
força mental, para singrar qb nos escalões de formação e ao longo da sua
carreira quando compete com outros pelo lugar.
Mas não chega.
A solução é
dupla, avaliação criteriosa da capacidade competitiva dos atletas, E aumento do
grau de exigência aos atletas, mesmo que sacrificando receitas de marketing.
Parem de apaparicar os atletas.
O atleta tem de
conquistar em todos os jogos, o apreço da massa adepta, e não receber esse
apoio apenas por ter sido contratado para o SLB.
Claro que o
atleta não tem culpa de ter sido contratado, por isso é fulcral uma avaliação
psicológica em competição por parte da nossa prospecção. Fulcral.
Basta de
jogadores conas. Basta.
Mas de nada serve
se dentro das instalações Gloriosas, houver uma mentalidade de enconamento.
De
aburguesamento, de tudo o que não seja Benfiquismo radical. Aos jornalistas
compete, ou deveria competir, a neutralidade, não ao verdadeiro Benfiquista.
A palhaçada de
Alcochete e do zborden, surge daqui, desta problemática, surge de criminosos
acharem que um aperto aos jogadores resultaria em maior rendimento desportivo.
Só um criminoso
acéfalo sugere violência como forma de motivação. E no entanto, não podemos
negar que moral ganha jogos.
Quantas vezes não
vimos a Alemanha virar jogos, onde em desvantagem correm que nem loucos até
virar o jogo?
Pois é, parece
que índices de volumetria atlética e mentalidade forte, são factores a ter mais
em conta que o aspecto burguês a expor nas redes sociais o novo buldogue
francês, ou frases motivacionais a partir do jacuzzi caseiro.
Transformado em
empresa, refém da função mercantilista, o BENFICA foi reduzido de um símbolo da
união dos seus adeptos, a um franchisado emocional.
Responde-me, caro
leitor, qual é a diferença entre a promoção comercial, o marketing fofuxo que
visa capitalizar sobre o culto da personalidade dos jogadores, e o
abastardamento de um sentimento de missão para com um todo?
Espetam com os
jogadores do SLB num mundo hiper confortável, hiper civilizado, onde tudo é
perdoado e compreendido. Não há trágico na derrota. Não há superação na
vitória.
Entre equipas de
igual valia, ganha sempre a mais motivada.
A motivação pela
vitória apenas, é vazia. A vitória tem de ser pelo BENFICA.
A vitória tem de
ter um conteúdo emocional e simbólico.
E isso exige que
se saiba o que foi e é o BENFICA.
Quantos os que
lêem este texto, duvidam que os apoiantes do Contumil-de-Cima, são na sua
maioria movidos a asco a Lisboa, embora o SLB seja um Clube transregional,
quantos são movidos a ódio ao vermelho, às águias, etc?
Quantos apoiantes
dessa agremiação fazem da mesma uma escapatória para um punhado de cartas, lamentavelmente
baralhadas pela vida? É mais fácil odiar um elemento ‘externo’ que encarar os
reais motivos da indigência material e outras. O Benfica é para essa gente, um
elemento aglutinador no ódio, um paradigma na acção.
E os
Benfiquistas, são unidos em quê? Nas vitórias do SLB? Vitórias por vitórias, é
algo de abstracto e vazio de conteúdo. Temos de ter um objectivo. Temos de
traçar objectivos. Determinar o método e atingi-lo.
E os objectivos
não podem ser comerciais. O SLB não é uma extensão do Colombo.
O SLB não é um
Clube de ódio. Não é um Clube reactivo. É um Clube activo. Precisamos de
objectivos, e de gente ambiciosa e apaixonada. Não precisamos de Domingos
Soares de Oliveiras, Pedros Pintos, Searas, e outros que confundam fairplay com
pathos de mansidão. Quem está no SLB tem de dormir mal, como tu ou eu, depois
de uma derrota.
O SLB deixou
de ser um clube de gente apaixonada pelo Clube, para passar a ser um clube que
vive à conta da gente apaixonada pelo Clube.
A História do
Benfica devia ser disciplina escolar obrigatória no Seixal, se é que não é já.
Não é lavagem
cerebral, é transmissão da história da maior potência desportiva nacional e uma
das maiores do mundo.
Para dar aos miúdos
uma noção além de que o Seixal é um local de passagem, um aviário na sua
carreira. É inacreditável, ou talvez não, como isto não é pertinente para Rui
Costa.
Cada jogador deve
ter um compromisso profundo com o que é e SIGNIFICA o SLB, e perceber que não
existe mais alto patamar que envergar o Manto Sagrado. Há clubes que nada mais
têm a não ser o dinheiro.
A mística do
BENFICA é este compromisso supra individual. É a superação de cada jogador, em
nome de um valor no qual se transcende de forma mais elevada. O símbolo é uma
águia, porra, não é um animal rastejante.
Apaparicar
exageradamente os jogadores é CONTRAPRODUCENTE.
ACABEM COM O
CULTO DA PERSONALIDADE, e com o aburguesamento nos jogadores e na massa adepta.
O BENFICA não é um negócio. É uma entidade com valor simbólico e material,
inigualável e insubstituível.
Caro adepto,
ninguém está apenas chateado com a derrota contra os corruptos.
A forma, como
decorreu essa derrota, é que tem de indignar qualquer adepto.
É inconcebível
dominarmos totalmente uma Juventus, e jogarmos borrados com Contumil-de-Cima.
Há um bloqueio
qualquer contra os corruptos, que julgávamos ultrapassado com um treinador
estrangeiro.
O que custa é a
dura realidade de perceber que a estrutura não extirpou, de uma vez por todas,
este complexo de inferioridade desportivo.
Ao longo de mais
de 30 anos as equipas do SLB não conseguem lidar com a maior capacidade
competitiva das equipas dos corruptos. Ponto.
Pensemos no
seguinte, o maior problema do SLB esta época, no futebol, ocorre na reacção aos
golos que marcamos. Assim que marcamos um golo a nossa postura piora. A questão
é ‘porquê’?
É ou não uma
questão mental?
O jogador quando
marca um golo, deve ficar convencido que cumpriu a sua função.
E agora Rui
Costa.
Rui Costa apesar
de ter crescido na Amadora, foi um tipo (tem +- a minha idade) com uma saudável
vida familiar e ainda bem.
Acredito que deve
estar tão ou mais aziado que eu.
Mas foi uma
criança que comparado com outras com menos talentos naturais, viveu na bolha
própria e privilegiada dos jogadores de futebol.
Eu mal tinha
dinheiro para ir ao estádio, Rui Costa e outros da sua geração, tinham o
privilégio de treinar à sombra do antigo estádio, e apanhar as bolas durante os
desafios.
O seu indubitável
Benfiquismo, é ainda assim, um Benfiquismo caviar comparado com o meu,
comparado com os milhares de outros, que chegaram, por exemplo, a levar sacos
de cimento às costas para a Luz, para terminar o terceiro anel.
Digo isto não
para desmerecer o Rui, mas apenas para notar que o príncipe de Florença, está a
alguns passos da militância do adepto comum de há alguns anos.
Também a gestão
do SLB, para ele, carece da tensão trágica, que tem para mim e centenas de
gajos como eu que temos blogues na net, e que andam intratáveis durante uns
dias, para as mulheres, filhos, família, colegas e amigos.
Digam o que
disserem dos fãs de pópós que gerem os de lá de cima, não têm conas na
estrutura. Conas metafóricas, entenda-se.
Mal ou bem, é
gente apaixonada, apesar da má formação habitual.
O Benfica não tem
de ser assim. Até porque o Benfica já foi muito mais e muito melhor.
Perdeu-se ao
longo do caminho. Perdeu-se na tradução operada pela geração dos Millenials.
O Artur Semedo, o
Henrique Viana nada têm a ver com um Mauro Xavier, ou José Calado, honra aos quatro.
O Artur nunca
teria participado num programa com Aníbal ou Rodolfo, e oferecido um stick de
hóquei em patins a qualquer um dos dois, como fez Mauro ao Aníbal. Até
acredito, que apesar de ser um homem com H e muito polido, mais facilmente
teria, com 70 anos, aviado ambos com o stick, se alguma vez dissessem o que
estas personagens dizem hoje sobre o SLB, à sua frente. O Artur não era uma
pessoa violenta e o que digo não justifica ou visa desculpar o indesculpável da
violência. Mas o SLB era a religião do Artur. Como é a minha. E não nos podemos
queixar da falta de respeito ao SLB, quando nós não nos damos ao respeito.
O meu
fundamentalismo religioso manifesta-se assim, ou me retiro de onde enxovalham o
SLB ou, não me podendo retirar, confronto directamente quem desrespeita o Clube.
De forma polida, urbana. Dependendo da resposta, também. Como geralmente tenho
boa capacidade argumentativa, não me é difícil desviar a argumentação odiosa de
quem odeia o SLB, raramente chegando a vias de facto. Mas mesmo chegando e não
me podendo ausentar antes de chegar a esse ponto, posso garantir que nenhuma
ofensa leva o SLB para casa, da minha parte. Já ganhei algumas inimizades e
alguns pontos no Hospital de Santa Maria, mas é isso que considero ser
militante.
Digo isto não
para fazer um encómio à minha pessoa ou para dizer que outros devem seguir a
minha ideia de militância Benfiquista. Até porque sei que isto é só bola, e que
o SLB é tão, mas tão mais que isso, que a equipa sénior masculina de um
desporto sobrevalorizado.
Digo isto para
fazer um contraste com o oposto.
Temos conas no
Clube, na comunicação, nos adeptos. Gente convencida da superioridade moral
sobre os outros, os ‘apaixonados’ pelo Clube. Gente que faz do enconamento
virtude. Gente convencida que o verniz a que chamamos ‘sociedade’ não é uma
ritualização sobre a natureza de primatas sanguinários que nós somos.
E esta malta,
caro leitor, é o motivo pelo qual nos últimos anos, o SLB vai para tiroteios,
armado com fisgas.
Muito bom post, com muito daquilo que avisei antes e durante o jogo, e comentei durante e depois do jogo.
ResponderEliminarAtrevo-me a dizer que hoje em dia há 3 "Benficas". O Benfica daqueles que estarão perto ou acima dos 60s (aqueles que me/nos fizeram benfiquistas), cujo benfiquismo está à prova de qualquer dúvida, mas que pela idade e suas implicações em termos de educação, postura e compostura, dão o apoio que conseguem dar.
Depois há outro benfiquismo, sobretudo composto por pessoas entre os 30s e 60s, que se aproximam dos outros em te mos etários a cada ano que passa, e cuja vitalidade e vivacidade ainda vai permitindo que façam aquilo que os primeiros já pouco conseguem fazer.
Por fim, há um terceiro benfiquismo, de pessoas essencialmente abaixo dos 30s na sua maioria, que se divide entre os "marginais estagiários", de cujo benfiquismo pouco duvido, mas estão muitas vezes na Luz como estariam num morro sul-americano, ou num subúrbio (do Leste) da Europa, ou até num bairro degradado na África Subsaariana; e então de outros cujo benfiquismo não ponho em causa, mas dos quais tenho a percepção (talvez errada) de que são pouco mais do Benfica do que do Real Madrid (ou outro qualquer), dos LA Lakers (ou outros), ou dos San Francisco 49rs (o outro), desde que desse tantos ou mais likes ou shares nas redes sociais.
Concluindo, mais do que a possível ameaça de aumento significativo de adeptos dos nossos rivais (com o FC Porto à cabeça), devemos preocupar-nos com este Benfiquismo das famílias ávidas de actualizem os feeds de notícias, ou doe marginais desorganizados que estão lá para se orientarem e não para apoiar o Benfica.
Por fim, não poderia deixar de passar uma frase que é raramente usada no benfiquismo, o clube lutadora (ou de lutadores) é o Benfica, que se desenha em pé benfiquistas que pensam que o Benfica é o clube dos meninos com muita visibilidade nas redes sociais, isso é ou será um pouco mais ao lado, mas até nesse aspecto penso que já estamos abaixo dessa "gente". Eles (sportinguistas), são de há uns bons anos bem mais e melhores militantes do que nós.
Agora sim, é mesmo a última. Se dependesse dos benfiquistas de hoje em dia, construir um "novo" Benfica, penso que já melhor das hipóteses teríamos uma espécie de cruzamento entre um Belém e um Estrela, nada mais que isso.
Concordo em absoluto.Essa geração que mencionas, a 'velha guarda' dos 60 anos, comeu o pão que o diabo amassou e ainda assim soube em condições adversas, apoiar e ajudar a fazer crescer o Clube. Sempre existiram marginais e semi marginais, no público, nas claques. Conheci alguns cobardes seja nos NN seja nos DV, que iam para o estádio por causa de andarem à porrada com os outros, e não propriamente para verem os jogos. Invariavelmente era malta com coragem selectiva que só emergia em grupo. Concordo completamente, há o Benfiquismo e há o circunstancialismo que é aquele benfiquismo que vem apenas das e nas vitórias e no jeito que dá dizer nos feeds a grandeza do Clube, malta que vive do prestígio emprestado. Quando ouvia as narrativas de malta que viu o Mário Coluna a jogar com um braço partido, pensava na força por detrás, do significado, do Clube. Se todos conhecessem a história do Clube, saberiam que o SLB é mais que o bells e whistles de um estádio novo e apaneleirado, e bifes na Catedral da Cerveja em vez das bifanas ao pé do viaduto.
EliminarAinda hoje pensei nisso, se Vale e Azevedo voltasse e fosse conseguindo vitórias, voltava a ter o apoio da maior parte de sócios e adeptos.